Candura
Na garganta a salina da amargura,
Fino fel, que na saliva vira mel,
E enfeitiça o seu timbre com candura.
O que procura,
Pobre menina d’alma pura?
Aquele sonho que viveu em um carrossel?
Os corações que foram unidos a pincel,
E se escorreram após a chuva pela rua?
O que a leva, menina, a essa tortura?
A que dispõe tanta ventura em viver?
Traz nos olhos as lembranças em gravura,
E o fino fel que o peito assegura
A paz de um voraz convalescer.
Rejane Alves
Nenhum comentário:
Postar um comentário