domingo, 21 de junho de 2015

Flores amarelas
Ah! Se acaso eu repousasse sobre a pluma flamejante,
De um corvo árduo, sedento de vida.
Se me coubesse seu fardo, sua leveza intrépida. 
Se me coubesse seus trapos e restos de brisa.
Ah! Se acaso eu disparasse sobre a alcova refletida
Sob a luz dos olhos negros, de ânsias perdidas.
Sob o ângulo da visão do mundo, da arte,
Sob as gotas de orvalho que sangram da ferida.
E quem sabe essas asas me trouxessem conforto,
Fizessem-me mais corvo em cada partida.
Fizessem-me mais corvo a cada despedida.
Fizessem-me mais corvo em cada lagrima contida.
E dissipassem os medos pelo vento,
Pelas flores amarelas jogadas em meu corpo,
Pelas dores e lamentos que choram e partem.
Pelas asas flamejantes do meu eu, eu corvo.
Rejane Alves

sexta-feira, 19 de junho de 2015

Queixume de sonho

Queixume de sonho
Hoje acordei com medo no meio da chuva.
E meu olhar transbordando o segredo
No desespero que vaga na fronte turva.
Aos lados caem, rastros que cortam o negro céu.
Que descem até a negra rua e, perpetuam, no negro véu.
E as estrelas, cadê?
Não me dei conta que eram elas que caiam!
Perfídio o medo que me entontece os olhos,
Na negra solidão que me abate,
Fez-me temer estrelas!
Só por não vê-las.
Mas sigo os rastros, que cortam o céu, a lua,
Meu papel!
E rasgam-me a face.
Rejane Alves